sexta-feira, dezembro 16, 2011

Separando o homem do artista...


Hoje, no caminho de volta pra casa, curtindo o Acústico Cássia Eller, disco que me acompanha assiduamente desde que foi lançado, lembrei que a saudosa artista se foi deste plano há praticamente dez anos. Tentei não acreditar, pois a lembrança daquele dia continua tão viva para mim, que parece ter sido ontem. Angústias com o meu envelhecer à parte, novamente comecei a pensar no fenômeno que ocorre sempre que um artista ou alguém de peso se vai.

Em geral, logo que eles morrem há aquele bombardeio da mídia. Estas personalidades, se já não estavam mais no topo, voltam meteoricamente a ele. Novos fãs aparecem, os seguidores fiéis continuam lá firmes e os que nunca cultivaram nenhuma admiração por estas figuras, aproveitam a oportunidade para destilar a sua antipatia, muitas vezes utilizando de argumentos irracionais, puxando sempre para a vida pessoal destes. Quando a Cássia morreu, ouvi de um colega que uma drogada homossexual não deveria servir de exemplo para a juventude. Que eu deveria esconder a revista que levava a foto dela na capa. Preferi ignorar, como ignorei muitas outras vezes depois.

Michael Jackson partiu, e, de repente, ser fã dele passou a ser “cool”. Nas fases obscuras da sua carreira, abrir a boca pra falar que era seu fã significava ser apedrejado. Felizmente, muitos dos que antes atiravam pedras, hoje o admiram, quer por verdadeira afinidade, quer por apenas ficar bem na fita, mas isso faz parte das voltas que o mundo dá.

A Amy Winehouse é um caso muito recente. Enquanto uma pequena parte respeitosamente celebrava a sua memória nas redes sociais, a maioria moralista ou curiosa fazia questão de passar as suas fotos do antes e depois, como exemplo a não ser seguido, sequer abrindo um parêntese para o seu grande talento. E o caso do Steve Jobs? Ele bate a caçoleta, milhares de pessoas que já tinham um IPHONE há tempos e sequer sabiam quem ele era, automaticamente viram fãs incondicionais do cara. Passeiam até pelos shoppings vestidos com as camisetas que levam a sua caricatura estampada.

Eu posso estar misturando demais as idéias, mas primeiramente acho que deveríamos nos educar a saber separar o homem do artista. Artistas indiscutivelmente talentosos e dignos de admiração, não necessariamente são exemplos de seres humanos perfeitos, mesmo porque não há regra alguma que imponha isto. O que realmente importa é reconhecer, bater palma, tirar o chapéu para o seu talento que ficou documentado, sacramentado. Virou legado. Em segundo lugar, uma coisa que me incomoda enormemente nem é esta automática mitificação pós morte, mas a completa falta de personalidade e sensibilidade das pessoas diante deste fenômeno midiático. Como é fácil ver gente sem opinião própria, sem ousadia, sem conteúdo. Há de surgir o dia em que celebraremos a partida da Maria vai com as outras da face da terra, com toda cobertura e atenção a que temos direito.

Valeu, Cássia Eller!! Pela poesia, pela voz, por fazer tudo vir a ser autoral, pela ousadia e força!
Dei esta cusparada de fim de noite inspirado em você!!

domingo, dezembro 04, 2011

Auto-retrato vetorial


Após 1 mês estudando técnicas, finalmente tenho o prazer de apresentar o primeiro trabalho, espero que de uma série de inúmeros.A arte ainda está tosca, mas espero chegar lá...

Coincidência ou aviso?


Rapaz... Sabe aquele dia em que os acontecimentos vão sucedendo de tal forma que você acaba acreditando que alguma parada estranha vai acontecer? Hoje foi um deles.

Aquele rapaz sempre estava por lá, mas somente hoje eu notei algo muito estranho na sua presença. Branco, cabelos lisos até o ombro, barbudo, mas uma cara de mau da porra.Todo santo dia aquele rapaz está plantado no mesmo lugar onde tomo café. Sempre que saio, religiosamente ele está fumando o seu cigarro e falando ao celular, mas ao mesmo tempo observando atentamente as pessoas que saem do refeitório. Ele encara várias delas naquela porta, mas somente hoje eu tive receio de que o estranho rapaz estava ali fazendo uma análise detalhada de toda a rotina do local e das pessoas que o freqüentam àquele horário. Passaria ele algum relatório aos demais membros da possível facção a qual pertenceria? Na dúvida, vou passar a acordar mais cedo e tomar o meu café em casa.

- Deixa eu ir trabalhar que tá na hora - Pensei

Ao decorrer do dia eu atendo um engenheiro aeronáutico, um japa muito invocado e falante. Trabalharia num novo projeto da empresa na área da defesa. Defesa, para mim é uma palavra mais branda para o termo tecnologia bélica. Eles dizem que a área de atuação é um suporte para as forças armadas e para a segurança pública, mas o que realmente há por trás disso, quem souber, morre. Enfim, o japa tinha um cabelo idêntico ao do schwarzenegger no filme Comando para Matar. Só faltava o colete cheio de granadas penduradas e a camuflagem no rosto. Papo vai, papo vem, o cara empolgado comentando de toda a contribuição que já deu para as forças armadas, fala onde nasceu: Nova Granada, SP. Tudo a ver.

- Tô fudido... deixa eu despachar esse cara e sair daqui o quanto antes.

Para completar, no finalzinho do dia fui descer do trem e resolvi passar numa padaria antes de chegar em casa. Aniversário daminha digníssima, eu bolava alguma surpresa e um bolo não poderia faltar. Dei sorte. Estou voltando para casa com uma caixa grande (dentro dela uma deliciosa torta) e sou abordado por um coroa muito bem vestido, maleta na mão. Nem hesitei em atendê-lo, pois parecia um pedido de ajuda quanto à direção que tomava. Bola fora. O cara contou uma longa história até me pedir R$ 3,40 para o seu transporte. Meio sem graça, eu falei que não tinha, mesmo porque o dinheiro não estava trocado e a minha mobilidade estava comprometida com aquela caixa nas mãos. Ele insistiu, eu insisti também e ele acabou saindo, insatisfeito e resmungando. O seu olhar raivoso me deixou com medo, mas naquele momento tudo o que eu queria era chegar em casa com o bolo intacto e sentir a proteção do meu lar. Missão cumprida e ainda com diversas atividades externas para realizar, preferi somente por garantia permanecer dentro de casa. Tantos sinais assim não deveriam ser desprezados.

Baseado em fatos verídicos do meu cotidiano, escrito há 1 mês e quase esquecido aqui na bagunça do Pen Drive.

quinta-feira, novembro 24, 2011

Valeu, Professor!



Por tempos a minha missão profissional, ainda meio que ilusória (perdão aos estudantes e profissionais de turismo) foi vender sonhos. Pouco depois, foi garantir um atendimento de excelência para hóspedes de elevado padrão. Hoje seria integrar e fazer o melhor ingresso que um novo integrante poderia ter na empresa onde estou.

Às vezes é importante parar um pouco para pensar no que impacta a nossa atividade profissional. Ir um pouco além do simples trabalhar para pagar as contas. Quem o meu trabalho beneficia direta e indiretamente? Imersos nessa atividade, podemos dar um novo significado ao nosso árduo trabalho ou na pior das hipóteses cair na real e descobrir que a gente se acaba o mês todo apenas para encher os bolsos dos nossos patrões e não deixar nada de significativo para nós mesmos, muito menos terceiros.

Tudo isso pensei enquanto prestigiava uma amostra num Centro de Educação Infantil, a convite de uma amiga. Impossível não se deixar cativar pela atmosfera repleta de sorrisos, pelos olhos expressivos, canções infantis, infinitas cores, balões, brinquedos,trabalhinhos manuais, murais, vídeos, fotos, travessuras, centenas de rostinhos ora sapecas, ora inocentes, estampando cada centímetro do recinto. Verdade que por trás daquilo tudo tinha um tempão de trabalho dedicado pelas “tias”, certamente interrompido inúmeras vezes pela garotada , mas também dava claramente para sentir o quanto especial é atuar numa área onde não é muito difícil ver e acompanhar o objeto da sua dedicação e suor. Mais especial ainda, é ver que o amor fica estampado em tudo por ali, e sem ele o negócio não caminha.

Sempre defendi que o educador, a exemplo de outras culturas, deveria ser a profissão mais bem vista e bem cuidada da nossa sociedade. Há algo mais nobre do que formar cidadãos?Embora a dura e infeliz realidade continue ceifando o que vai restando de nobreza neste ofício, ficam aqui os meu parabéns e uma mensagem de encorajamento a estes heróis que empregam a sua energia atuando diretamente na construção de um país melhor. “Passa pela escola e pelas mãos dos professores todos os cidadãos desta nossa Pátria Brasil!”

Glade


Dizem por aí que é a solução para quando você executa um serviço completo, de primeira, e não quer fazer feio deixando o banheiro fedorento para o próximo usuário. Segundo a propaganda, ele * Elimina os odores indesejáveis causados pelas bactérias Staphylococcus aureus, Salmonella choleraesuis e Tricophyton mentagrophytes, ou seja, todo cheiro de cocô desaparece instantaneamente com apenas um toque de spray. Na vida real, já estou testando.

Realmente ele deixa por alguns minutos um agradável odor no ar, quando o banheiro está intacto, sem ter passado ninguém por lá nos últimos 20 minutos . A opção feita aqui em casa foi a fragrância “Manhã do Campo”, porém ainda não consegui fazer relação alguma com cheiro de campo, apesar de agradável. Estou ansioso por comprar a fragrância “Brisa da Montanha” já que nunca estive perto de uma. Faço o serviço diário, dou um toque de spray e me imagino estar nas montanhas ao sentir o odor de Glade. Somente complementando a ressalva feita acima, a propaganda é meio mentirosa , portanto não é aconselhável entrar no banheiro logo após ele ter sido usado, mesmo o Glade tendo sido disparado. A mistura de cheiro de bosta com “Manhã do Campo” é terrível e leva um bom tempo para que os odores se dissipem. Na dúvida, abra o basculante do banheiro que é melhor.

Também não me convenci de que um frasquinho minúsculo daquele do refil permite até 100 disparos. Já fiz uma tabelinha para anotar a quantidade de disparos, pois como não sou menino,estou acionando o PROCON ao menor sinal de propaganda enganosa.

domingo, março 27, 2011

Seu Cadávi...

A semelhança é impressionante! Cuidado: Ele pode estar no Brasil!

O negócio está feio lá na Líbia. Quando a gente pensa que Saddam Hussein era o miseravão, do naipe de Hitler e outros ditadores, aparece o Seu kadafi com aquela cara de psicopata da porra pra assustar as criancinhas!!


O que mais impressiona é a excentricidade da figura, a começar pelo nome, que fica à escolha do freguês: Muammar Kadafi ou se preferir Mu'ammar Gadhafi, Moamar al- Khaddafi ou al-Qadhafi. Quem sabe al-Khadafi, talvez El- Gadhafi ou al-Gathafi. Quaisquer outras dezenas de variações do nome do famigerado ditador líbio estão valendo. Sem contar os pseudônimos: Filho do Demônio, Capeta, genocida, Lúcifer, Anticristo, cão chupando manga ou a própria visão do inferno.


De acordo com conversa informal interceptada por aí entre a classe operária, notei que o povo, enquanto papeava no serviço, referia-se ao Kadafi como Cadávi. Não é que soou legal?? Cadávi lembra cadáver ou até cadávi da mesma variação de miserávi, na linguagem popular de alguns lugares. Ele tem cara mesmo de cadáver ou de tanto fazer cadáveres, ganhou esta alcunha.


O mais interessante são as teorias que relacionam ele com o cantor Cauby Peixoto e também com o guitarrista mexicano Carlos Santana. A última e bastante coerente que eu escutei foi que o Kadafi já escapou com vida do país e deixou no seu lugar o guitarrista Carlos Santana. Mercenários do governo líbio invadiram a casa do artista e o levaram à força.O plano de Kadafi é vestir Santana com uma de suas mantas e mantê-lo no Palácio. Em caso de invasão, ele seria morto no lugar do ditador. A Polícia Federal brasileira descobriu um plano semelhante e envolvendo o seqüestro do cantor Cauby Peixoto. Kadafi desistiu ao ouvir as músicas de Cauby.


Teoria ou não, é bom ter cautela ao ver os próximos shows destes artistas. Quem sabe não é o Kadafi disfarçado, prestes a arremessar uma bomba na platéia?

quarta-feira, março 02, 2011

Modismos


Eu não sei se essa febre é somente em SP, mas tenho observado um número crescente de adesões aos adesivos que representam a família, aplicados nos fundos dos carros.

O negócio ta difundido de tal maneira que a gente pára nos clássicos engarrafamentos da vida e tá difícil encontrar um carro virgem, sem aquela papagaiada da família unida e sorridente.

E cada vez está mais elaborado e detalhado, o negócio. Agora tem familiar com a camisa do time, com a farda do trabalho ou do hobby, raça, estado civil, número e sexo das crianças, gato, cachorro, etc.
Lá fica a vida do proprietário do veículo todinha escancarada aos olhos alheios.

A criatividade é dez, principalmente em alguns que fogem do convencional, mas ainda assim nunca vi com bons olhos estes modismos, principalmente quando a razão principal é ser único.

O que me chama a atenção é que a despeito de ser uma forma de se diferenciar, o usuário de adesivo se expõe, e não sei até que ponto isso facilitaria a vida de malandros, assassinos, serial killers, vagabundos, fanáticos, psicopatas, estupradores, pedófilos e companhia.

Não demora muito e vamos ter no noticiário que a "briga entre tordecores começou com uma crítica feita ao adesivo do fulano, que era um bonequinho vestindo a camisa de tal time..." , ou que "...o estuprador seguiu a vitima até o local crime, guiado pelo adesivo do carro que levava endenter que ela era solteira e só morava com um cão da raça poodle".

Sem querer ser exagerado,aqui eu cito um dos meus ditados favoritos:

Seguro, morreu de velho!!

Dá pra ligar?



Na seção de eletrônicos do mercado informal:

- E aí, corrente?? Eu quero ver um celular. O modelo mais completo que você tiver. Mas tem que ser bom e barato!

- Chegou na hora certa, patrão. Tem esse aqui cheio de opcionais. 200 conto!!! Tem GPS, Internet, WI-FI, passa torpedo normal,torpedo com foto,vídeo chamada,tira foto, filma, tem 598 jogos, paga conta de luz, água e telefone, tela sensível ao toque, calendário, fuso horário mundial, toca mp3 , mp4, mp7,rádio,esquenta comida, tem TV e ainda pega 4 chips.

- Esse deve ser do bom!!! Eu queria com alarme. Tenho o sono muito pesado. Esse aí tem alarme? Toca pra valer?

- Toca que é uma maravilha, patrão!!

- E se eu não acordar mesmo assim? ele vibra?

- Não só vibra como tem um recurso de última geração pra sono pesado. Ele dá uns micro choques que levantam até defunto!

- Mas isso não pode matar não, rapaz?

- Que nada, minha pedra!! Alta tecnologia. Ele só da um açoito tipo aqueles choques daquelas cintas pra malhar. Coisa de primeira!

- Eh... pelo preço eu acho que vou levar! Agora eu esqueci de perguntar: Dá pra falar direitinho nele?

- O Sr. vai usar quantos chips?

- Eu só vou usar um mesmo. No máximo dois.

- Meu peixe, sinceridade. O Sr. sabe que a gente aqui preza pela freguesia. Quando usa só com 1 Chips, o povo diz que ta dando umas chiadeiras aí e depois a ligação cai. Mas teve gente freguês meu que usou 2, 3, 4 chips e disse que tava FALANDO QUE ERA UMA BELEZA! Tô dando a idéia logo porque depois de 1 semana acaba a garantia e aí é bom se sair de pobrema!

- Hummmmmm (cliente pensa infinitamente)

-Mas também com tanta função, pra que que o Sr. vai querer falar???

-Tem razão!!! Negócio fechado!