domingo, dezembro 04, 2011

Coincidência ou aviso?


Rapaz... Sabe aquele dia em que os acontecimentos vão sucedendo de tal forma que você acaba acreditando que alguma parada estranha vai acontecer? Hoje foi um deles.

Aquele rapaz sempre estava por lá, mas somente hoje eu notei algo muito estranho na sua presença. Branco, cabelos lisos até o ombro, barbudo, mas uma cara de mau da porra.Todo santo dia aquele rapaz está plantado no mesmo lugar onde tomo café. Sempre que saio, religiosamente ele está fumando o seu cigarro e falando ao celular, mas ao mesmo tempo observando atentamente as pessoas que saem do refeitório. Ele encara várias delas naquela porta, mas somente hoje eu tive receio de que o estranho rapaz estava ali fazendo uma análise detalhada de toda a rotina do local e das pessoas que o freqüentam àquele horário. Passaria ele algum relatório aos demais membros da possível facção a qual pertenceria? Na dúvida, vou passar a acordar mais cedo e tomar o meu café em casa.

- Deixa eu ir trabalhar que tá na hora - Pensei

Ao decorrer do dia eu atendo um engenheiro aeronáutico, um japa muito invocado e falante. Trabalharia num novo projeto da empresa na área da defesa. Defesa, para mim é uma palavra mais branda para o termo tecnologia bélica. Eles dizem que a área de atuação é um suporte para as forças armadas e para a segurança pública, mas o que realmente há por trás disso, quem souber, morre. Enfim, o japa tinha um cabelo idêntico ao do schwarzenegger no filme Comando para Matar. Só faltava o colete cheio de granadas penduradas e a camuflagem no rosto. Papo vai, papo vem, o cara empolgado comentando de toda a contribuição que já deu para as forças armadas, fala onde nasceu: Nova Granada, SP. Tudo a ver.

- Tô fudido... deixa eu despachar esse cara e sair daqui o quanto antes.

Para completar, no finalzinho do dia fui descer do trem e resolvi passar numa padaria antes de chegar em casa. Aniversário daminha digníssima, eu bolava alguma surpresa e um bolo não poderia faltar. Dei sorte. Estou voltando para casa com uma caixa grande (dentro dela uma deliciosa torta) e sou abordado por um coroa muito bem vestido, maleta na mão. Nem hesitei em atendê-lo, pois parecia um pedido de ajuda quanto à direção que tomava. Bola fora. O cara contou uma longa história até me pedir R$ 3,40 para o seu transporte. Meio sem graça, eu falei que não tinha, mesmo porque o dinheiro não estava trocado e a minha mobilidade estava comprometida com aquela caixa nas mãos. Ele insistiu, eu insisti também e ele acabou saindo, insatisfeito e resmungando. O seu olhar raivoso me deixou com medo, mas naquele momento tudo o que eu queria era chegar em casa com o bolo intacto e sentir a proteção do meu lar. Missão cumprida e ainda com diversas atividades externas para realizar, preferi somente por garantia permanecer dentro de casa. Tantos sinais assim não deveriam ser desprezados.

Baseado em fatos verídicos do meu cotidiano, escrito há 1 mês e quase esquecido aqui na bagunça do Pen Drive.

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