sábado, março 28, 2015

Na fila da emergência

Eu ganhei a pulseira verdinha, pois o meu caso é besteira. Deve ser daqueles que o medico olha pro paciente e fala que é virose, mas precisa de 48h pra confirmar. E graças a Deus que eu recebi pulseira verdinha, mesmo pelas dezenas de prioridades vermelhas e amarelas que passam a todo instante na minha frente.

Teve gente que chegou cantando pneu, mandando abrir maca pra tirar gente desmaiada de dentro do carro. Esses aí nem pegaram pulseira nenhuma. E pela cara de pavor do segurança , que creio já estar acostumado com o movimento, acho que o negócio tava realmente feio.

Teve também uma moça com pulseira amarela, que mal se aguentava sentada na cadeira. O esposo , segurando os pulsos dela quase "desfalecida" , gritava com a funcionária da triagem. Fez a maior presepada pra entrarem logo. Não sei o que aconteceu lá dentro, mas coisa de 2 minutos depois que entraram, a mulher já estava saindo aborrecida , batendo o pé, cheia de energia. Ou um milagre se concretizou ou ela estava fugindo de uma aplicação de supositório.

Brincadeiras à parte, as últimas três horas serviram de amostra do sistema de saúde privado do nosso país. A julgar pela foto e pelo desconforto, não quero nem imaginar como deve estar a onda no sistema público.

Ainda que com a nossa saúde pessoal muito bem cuidada, precisamos rezar para nunca ter que utilizar as benditas carteirinhas, sejam elas do plano e categoria que forem.

E aproveitando a oportunidade, com casos realmente sérios que presenciei, fica a reflexão pros que banalizam a ida aos hospitais e gostam de tirar uma ondinha : Quem está nas últimas, lutando pela vida, não liga pra postar foto do bracinho no sorinho por causa de uma cachaça mal tomada ou uma dorzinha de barriga.

— em Hospital Albert Sabin

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