sábado, março 28, 2015

Na fila da emergência

Eu ganhei a pulseira verdinha, pois o meu caso é besteira. Deve ser daqueles que o medico olha pro paciente e fala que é virose, mas precisa de 48h pra confirmar. E graças a Deus que eu recebi pulseira verdinha, mesmo pelas dezenas de prioridades vermelhas e amarelas que passam a todo instante na minha frente.

Teve gente que chegou cantando pneu, mandando abrir maca pra tirar gente desmaiada de dentro do carro. Esses aí nem pegaram pulseira nenhuma. E pela cara de pavor do segurança , que creio já estar acostumado com o movimento, acho que o negócio tava realmente feio.

Teve também uma moça com pulseira amarela, que mal se aguentava sentada na cadeira. O esposo , segurando os pulsos dela quase "desfalecida" , gritava com a funcionária da triagem. Fez a maior presepada pra entrarem logo. Não sei o que aconteceu lá dentro, mas coisa de 2 minutos depois que entraram, a mulher já estava saindo aborrecida , batendo o pé, cheia de energia. Ou um milagre se concretizou ou ela estava fugindo de uma aplicação de supositório.

Brincadeiras à parte, as últimas três horas serviram de amostra do sistema de saúde privado do nosso país. A julgar pela foto e pelo desconforto, não quero nem imaginar como deve estar a onda no sistema público.

Ainda que com a nossa saúde pessoal muito bem cuidada, precisamos rezar para nunca ter que utilizar as benditas carteirinhas, sejam elas do plano e categoria que forem.

E aproveitando a oportunidade, com casos realmente sérios que presenciei, fica a reflexão pros que banalizam a ida aos hospitais e gostam de tirar uma ondinha : Quem está nas últimas, lutando pela vida, não liga pra postar foto do bracinho no sorinho por causa de uma cachaça mal tomada ou uma dorzinha de barriga.

— em Hospital Albert Sabin

sexta-feira, março 27, 2015

Banda do mar

Nunca fui fã de Marcelo Camelo, nem Los Hermanos, nem de Mallu Magalhães, mas tento experimentar de tudo que aparece por aí.

Quando peguei este álbum por curiosidade,  me soou como uma tentativa descarada de copiar a fórmula de Marcelo Jeneci, que junto com a patroa,  alterna vocais masculinos e femininos nos seus discos.

Enganado estava eu. Redondamente. Além de ser um trabalho repleto de personalidade, a poesia facilmente assimilável de Camelo junto com o tom (ainda) adolescente das interpretações de Mallu, trazem  equilíbrio na medida certa ao projeto.

Indo direto ao ponto, simplicidade e melodias agradáveis, daquelas que em pouco tempo já estamos cantarolando todas as músicas facilmente,  são as marcas mais evidentes. Isso quase sempre é a mágica de um bom trabalho e o que prende, empolga, muda o humor e deixa muita gente feliz. 

Em tempos de crise, fúria contraditória e pessimismo, fugir da realidade ao som de um álbum leve, bem humorado e apaixonado é tudo o que eu e muitos outros precisam.

Aprovadíssimo, para quem interessar! 


sábado, março 07, 2015

Buffet de sobremesa



Era a sua primeira vez naquele restaurante. 28 reais no buffet completo de ótimo padrão. Quantas viagens o freguês quisesse e ainda por cima era quarta-feira, dia de feijoada!

Comeu até ficar triste. Perdeu a conta de quantas viagens fez até o buffet, mas a parte da sobremesa ainda o aguardava, completíssima. Gelatina, frutas, pudim, sorvete e mais um bocado de variedades. Fartura de deixar qualquer um desorientado.

A sua falta de familiaridade com o buffet de sobremesas fez-se notável quando ele cometeu uma memorável gafe. Ao lado da tigela do sorvete, tinha uma vasilha com água, para deixar submersa a concha de pegar o sorvete, como vemos em alguns estabelecimentos.

A surpresa foi que ele acreditou que aquela "água cremosa", era uma saborosa calda para turbinar a cavalar quantidade de sorvete e pudim que se avolumavam no seu prato de sobremesa.Resmungou, pois no local não havia uma colher para pegar a "calda". Não satisfeito , conseguiu uma colher e despejou várias colheradas daquela mistura aguada no prato. Na mente dele, ficou fenomenal! Um verdadeiro toque de mestre!

Janaína,sentiu-se culpada por não ter avisado nada, mas não podíamos cortar o barato do rapaz. Marcelo Ostílio, endossou o momento cômico apenas relatando o ocorrido com detalhes e gestos para os colegas que não presenciaram a cena. E todos rimos, alguns a ponto de chorar! Principalmente depois que o nosso personagem levantou indignado para exigir a troca do produto. Certamente ficou aguado demais...

Se comer uma comida saborosa já é bom, fazer isso rindo, não tem preço! Depois do ocorrido, será difícil ver um buffet de sobremesas sem lembrar da cena. Poderíamos até sugerir para os gestores uma melhor sinalização destes estabelecimentos, mas pensando melhor, vamos deixar do jeito que está mesmo para continuarmos nos divertindo e curtindo muito no facebook!

Tecnologia Wireless




Depois que inventaram essas máquinas de cartão sem fio, a nossas vidas nunca mais serão as mesmas. A atendente já está na terceira tentativa , agora na porta da loja e de braços para o alto. Lembro da época que a gente colocava palha de aço nas antenas da tv pra imagem parar de "chuviscar" ôooo lanche disputado esse que inventei!!
 — se sentindo sensacional em Subway Barueri.

NET - Pague para entrar e reze para sair



Dona NET, do meu coração,

Desde o início de dezembro do ano passado, eu iniciei uma coleção de protocolos com você! Já estou com 18 na minha caixa.Espero que vocês tenham algum sistema de premiação para quando eu atingir o protocolo de número 20.

O motivo é um simples cancelamento do pacote por mudança de cidade. Eu continuo sendo seu cliente no novo endereço, lembra? Só não queria ter que ficar pagando duas faturas por mês.Sei que posso até ter cara de rico, mas realmente acho desnecessário, dona NET! Não ficou ninguém pra assistir TV lá na casa velha.

Já passei preciosas horas ao telefone com seus atendentes despreparados e engessados. Os meninos e meninas não sabem nem digitar o número do protocolo pra saber onde o atendimento parou. Eu tenho certeza que estou lendo direitinho pra eles, dona NET, mas nunca localizam a informação e sempre pedem pra eu anotar um novo protocolo e daí eu tenho que repetir toda a minha história. Coloca uma professora do lado desses meninos, dona NET!

Com o coração partido, tive que recorrer à síndica Anatel no último mês, pois perdi a paciência com a sua garotada depois que notei que eles não me levam a sério. Sei que são longos anos de relacionamento, mas ainda assim, esperava que a senhora entendesse.

Estava errado. Para a minha infeliz surpresa, acabo de receber mais uma fatura. Mesmo depois do protocolo de ouvidoria, do protocolo de entrega de modem ,protocolo de cancelamento de cobrança indevida e do comovente pedido de desculpas e jura da sua ouvidoria que o meu caso estava encerrado e que eu voltaria a viver feliz para sempre.

Qual o motivo de tanto ressentimento, dona NET?

A quem devo recorrer agora? Abro um protocolo de autorização para o seu pessoa enfiar a fatura no lugar determinado pelo cliente??

Sem mais,