sexta-feira, abril 09, 2010

Dominó acompanhado de vara mista – Recordações



Um dia desses veio à tona uma agradável lembrança do meu tempo de adolescente. Um fato que tornou-se cotidiano por quase 1 ano inteiro. Coordenados por um grande amigo nosso, porteiro do prédio, de alcunha Thor, sempre no fim da tarde no seu horário de descanso, começava a mobilização para mais uma partida de dominó. Decidido o local, que quando não era a casa de algum dos membros da roda, era o playground do prédio, dava-se início à rodada, repleta de alegria, gozação e com um vocabulário próprio para os movimentos da jogada, a exemplo das peças “fedendo a pica”, que fechavam um jogo.

Isso transformou simples adolescentes em mestres na arte do dominó. Qualquer um de nós que encostasse num desses grupinhos de senhores aposentados que passam horas a fio praticando nas esquinas ou pracinhas, certamente não seria bem recebido, tamanha a habilidade para vencer e malandragem que haviam sido desenvolvidas.

Com alguns minutos de jogo, chegava a hora de ir à padaria, para dar início ao que era uma das grandes atrações nos momentos da jogatina . Fazíamos um rateio diário afim de levantar fundos para a aquisição dos ingredientes da famosa vara mista. Para quem não conhece, era um super sanduíche preparado de maneira tosca, da seguinte forma:

*2 varas de pão. É como um pão francês, mas de tamanho gigante.

*500g de manteiga daquelas pesadas na hora e que vinham num saco plástico bem melado.

*500g ou quanto o dinheiro desse de presunto, apresuntado ou mortadela.

*500g ou quanto o dinheiro pagasse de queijo.

*1 bacia.

*1 colherão, peixeira ou espátula de pedreiro.

Para acompanhar, 1 garrafinha pet de 2 litros do refrigerante que tivesse disponível.

O preparo sempre era feito por Thor. Ele colocava a porção de manteiga numa bacia, abria os pães cuidadosamente e ia colocando infinitas camadas de queijo e presunto. Finalizada a etapa, chegava a hora da manteiga. Quantidades cavalares eram retiradas da bacia com uma faca, colherão ou espátula de pedreiro, passadas de uma extremidade a outra do pão. As vezes a ferramenta caía no chão, mas o Thor tinha um jeito peculiar de dar uma batidinha na parede, fazendo que com isso a bactéria fosse toda embora. Fechado o pão, ficava aquela talagada de manteiga escorrendo e a grossa camada de presunto e queijo querendo insistentemente abrir os sanduíches, que finalmente eram serrados em partes iguais entre os membros presentes.

Dali em diante era só degustar os generosos pedaços de sanduíche e retomar a partida. Até o início do anoitecer ainda iam acontecer muitos xingamentos, armações, piadas, trotes telefônicos, dominó, conversas descompromissadas, gargalhadas e principalmente muita vara mista. Assim foram as saudosas tardes de 1999. A nostalgia sempre aparecendo pra dar o ar da graça.

2 comentários:

V disse...

kkkkkkkk... engraçado como algumas coisas simples f icam para sempre. Fiquei com vontade de experimentar essa tal de vara mista...kkkkkkkkkkk... sem maldade... kkkkkkkk

Gi disse...

huahuahauhauhuauha, ainda bem que o nome do seu Site é lá ele, pq esse negócio de VARA mista, tá meio estranho!!!!! rsrsrs