segunda-feira, outubro 11, 2010

Tropa de Elite 2


A procura estava grande e o cine tão disputado em pleno feriadão, que por pouco não sento na primeira fileira (Primeira fileira em cinema, nem deveria existir) mas qualquer esforço valeria a pena. Mais uma vez fui ver o filme sem saber muito sobre esta continuação. Só tinha a referência da versão pirata do tropa de Elite 1, que adorei, mas não aderi à tremenda febre – inclusive de bordões - que pegou a maioria do povo há 3 anos atrás.

O que dizer desta segunda versão? Sensacional, extraordinária, intensa e muito melhor do que a primeira!! Há muito tempo não saía de uma sala de cinema com a alma lavada, tão empolgado com o resultado de uma obra e ao mesmo tempo afetado, indignado e me sentindo até parte do contexto, que como afirma o prólogo, não é tão ficcional assim.Tropa de Elite 2 é muito mais do que um filmaço de ação e uma saga contra a criminalidade. As cenas fortes são presentes aqui, mas diante do todo servem apenas como mais uma forma de registro nú e crú, de uma realidade que vai sendo escancarada gradativamente.

Primorosamente, em cada pequeno detalhe, do início ao desfecho final, tudo é montado de forma a deixar o espectador cada vez mais tomado pela história. Polícia, política e mídia são metralhados aqui de forma convincente. A tensão que cresce a cada acontecimento do filme nos deixa a ponto de querer ficar de pé. A gente fica num estado indignação sem igual, torcendo pelos mocinhos e querendo detonar os inúmeros vilões, que agora não são apenas traficantes, mas deputados, governadores, policiais corruptos e Cia. E não importa os requintes de crueldade. Somos tomados pelo sentimento de fazer justiça com as próprias mãos a qualquer custo. E ainda bem que existe o capitão Nascimento!

O peso emocional atribuido ao papel do capitão, divinamente interpretado por Wagner Moura, adquire nuances muito mais fortes. Em pleno conflito familiar e existencial, ele toma consciência de que no final das contas ele é parte do tal “sistema” contra o qual afirma lutar. Sob a visão do personagem, o contexto passa da tese para a antítese e o sofrimento solitário do capitão tido como casca grossa, em certo ponto da história, consegue fazer com que os espectadores derramem as lágrimas que ele deveria derramar, mas bravamente, dentro dos seus princípios que contrariam a natureza humana, não o faz.

E é com esta história forte e coesa e suas chulapadas para todo lado, que o filme cativa e prende. Sem maiores comentários!! Vá ver, que é melhor!!!!! Tropa de Elite, osso duro de roer.................

Um comentário:

V disse...

Olha, tenho que confessar que prefiro a arte que naum imita a vida, mas diante do teu comentário senti vontade de dar uma olhadinha. Voltarei para dar uma opinião depois!
bjim