quinta-feira, julho 15, 2010

Caso Bruno, coisa e tal...


Nas últimas semanas, fora a copa do mundo, temos nos alimentado quase que exclusivamente de casos policiais como o do goleiro Bruno e o desenrolar do assassinato da advogada Mércia Nakashima. Como as vezes alguma coisa não desce pela garganta, preciso sair um pouco da minha linha para tecer alguns comentários.

Acabo de descobrir, ou melhor, reforçar uma das causas da angústia que tenho sentido: Somos uma sociedade sádica. O sofrimento alheio enche os nossos olhos, nos fascina. É decepcionante ver a satisfação e empolgação com que as pessoas comentam os detalhes sórdidos destes recentes crimes em plena mesa do café da manhã, sem manifestar o mínimo ressentimento. O que importa são os detalhes, a carnificina, as reviravoltas da investigação e, é claro, a possibilidade de julgar aleatoriamente os alvos da vez, sejam estes culpados ou não. A palavra de ordem é “Vamos Julgar!”

Não vou aqui defender de forma alguma o Bruno, muito menos tomar este caso específico como referência, mas vale lembrar que qualquer ser humano está sujeito a cometer um erro ou ser vítima de uma grande armação que aos olhos alheios e com uma centena de “jornalistas” botando lenha na fogueira, torna-se verdade universal. Não paramos para pensar nem por um segundo que muitos criminosos se arrependem de verdade e que só o inferno particular e externo que vivenciam pelo resto das suas vidas valem até mais do que a punição da justiça e do que o nosso julgamento gratuito e induzido.

Com o nosso hábito de julgar, acabamos massacrando todos. O time do Flamengo já começa a sofrer um desgaste extracampo nunca antes visto, pois julgamos toda uma instituição baseada num fato ocorrido com um membro seu. Deveríamos ter em mente que o crime não se transfere aos ascendentes e descendentes dos réus, mas tristemente metralhamos também os familiares. Psicólogos com as suas bonitas teorias na TV dão a deixa sobre a criação que o rapaz teve, e nós complementamos, descendo o pau até na mãe, na tia, nas pessoas que supostamente são responsáveis por criar o monstro. A justiça deve ser feita com rigor, mas a pena aplicada somente àqueles que cometeram o crime. Não sejamos rígidos ao ponto de exigir que pais se envergonhem, se escondam ou mesmo não estejam ao lado dos seus filhos nesses momentos.

Milhares de casos tão ou mais cruéis do que estes que estamos cansados de ouvir falar acontecem por aí a todo instante e ficam sem solução porque não tomaram a dimensão necessária para chegar ao olhos do público. Não envolviam uma pessoa rica nem famosa. Não eram interessantes o suficiente para “vender” ou não possiblitavam a manipulação dos fatos para que se tornassem mais atraentes . Quantas famílias choram até hoje por parentes desaparecidos? E quantas choram por parentes assassinados e que não tiveram o menor suporte da polícia na solução do caso?

Nós somos idiotas, guiados pelo que os veículos de comunicação determinam. Por dias a fio eles só falam sobre aquele determinado assunto e esgotam aquela fonte até a última gota. É fato que coisas realmente importantes estão estourando por aí a todo instante, mas no momento estamos cegos acompanhando a nossa novela da vida real. Com a imprensa na busca de qualquer pessoa com a mínima relação possível com os envolvidos no crime, aposto que não demora muito e as amigas da Eliza, até mesmo as ex-amantes do Bruno, vão começar a receber propostas para posar nuas e quem sabe apresentar um programa de TV. O veterinário que relatou que um cão é capaz de comer carne humana virou o Einstein da hora. E tudo acaba em pizza e falta de reflexão e conteúdo, como sempre!!

E o que fazer? Desligar a TV ou mudar de canal no momento em que começarem com a mesma ladainha, já seria uma boa.Vamos ler um livro! Vamos mudar de assunto ou ficar sem dizer nada!! Ganharemos muito mais cuidando das nossas vidas ou alheios a esta loucura. Precisamos parar de nos deixar induzir e também deixar aflorar os nossos instintos de curiosidade pela desgraça de terceiros. Agindo assim, nos colocamos na situação do criminoso que deixou o seu instinto animal e irracional tomar conta dele num momento de ira e exatamente nesse ponto já não temos mais a “moral” de julgar antecipadamente, sem a mínima capacidade de analisar a situação sob diversos aspectos. Isso é muito cruel e triste não só com os outros, mas com nós mesmos.

O dia em que me senti menos homem

Cena do filme Boys Don´t Cry, com Hilary Swank: Homem afenimado ou Mulher masculinizada?


Escrevo esse fragmento não com a finalidade de debater nem questionar sobre os fenômenos da nova era, mas apenas relatar um fato interessante que me ocorreu um dia desses.

Na estação de metrô (pra variar) aparece na minha frente este rapaz (ou mulher?).Olhar enfezado, cabelo cortado curtíssimo, boné, tattoos e pearcings, calça folgadona que nos impedia ter uma definição sobre o seu corpo. Camisa folgada e tórax quase liso sem protuberâncias típicas do sexo feminino. Mas aquele rosto era muito liso. Seria um super barbear Mach3 ou aquela pessoa não possuía pêlos faciais? Aquela pele era muito fininha, muito lisinha ou o cara se cuidava com cremes de ultima geração? Com esse negócio de metrossexual, Emo, mulher masculina e outras vertentes agente anda se confundindo por aí.

Eu, sempre discreto, acho que tamanha curiosidade, já estava sendo um invasor, tanto que observava tentando chegar a alguma conclusão. Fiquei muito tempo sem conseguir definir e confesso até ter desligado o celular com fone, música e tudo para concentrar-me somente na tarefa de extrema curiosidade mórbida que tomou conta de mim naquele instante. Até que ele(ela?) atendeu o celular e tudo ficou mais claro.

Voz de mulher. Não podia ser um cabra macho de forma alguma, ainda que utilizasse gírias e palavreado indecifráveis, simulando um homem falando, mas de forma ligeiramente forçada. Por mais que tentasse ela não tinha testosterona suficiente pra conseguir um timbre mais viril. Era uma garota com cara de mau e que fazia de tudo pra se passar por um homenzinho. Mas aquela criatura estava me saindo abusada demais!! Tava com um papo de galanteador, conquistador de corações tão grande, que se eu tivesse um caderninho ali eu ia anotar algumas frases e até gírias pra tentar fazer uso se alguma vez fosse necessário. A menininha do outro lado da linha parecia que tava no papo.

Na hora de acomodar-me no vagão, já pronto pra retomar a minha rotina introspectiva com a minha música, chega a mulher macho ou o que quer que fosse e acomoda-se ao meu lado.Tudo bem, ela era até cheirosa! Viagem tranquila até que numa das paradas chega uma mulher bastante vistosa e pára à nossa frente. Como todo mortal, dei a minha discreta olhada de cima a baixo, alternando os intervalos e segui satisfeito, enquanto a menina-homem do meu lado se bulia toda. E suspirava, piscava, até sussurrou silenciosamente a palavra gostosa. Notei que se eu desse trela, iríamos comentar em condições de igualdade, de homem para homem, toda a empolgação ao ver uma mulher daquele porte à nossa frente. Continuei na minha, apenas observando, mas ela estava incontrolável.

Numa atitude que seria típica de um cavalheiro, mais uma vez ela surpreendeu.Cedeu o lugar para a moça que tanto observávamos. Relutante a princípio, a moça sentou-se e dali em diante começou a ser cortejada. A menina-menino tava jogando todas as cartas que tinha na mão, ainda que não tivesse um saco pra coçar. E a miserável sabia quebrar o gelo e ser simpática. A conversa não era idiota, apesar do jeitão e das gírias. Aos poucos a moça bonita foi cedendo ao papo, que num certo ponto ficou até bastante animado. Juro que eu ficaria até onde o metrô parasse e até as seguiria pra saber onde a historinha iria parar, mas não foi preciso. Num certo ponto, a bonitona começou a dar um gelo, não respondendo à mudança de rumo que a conversa começava a tomar e às investidas da destemida mulher-homem.

"Água mole em pedra dura... "

Tudo bem. A destemida não conseguiu atingir o seu objetivo, mas sua atitude foi digna de um garanhão. Se a bonitona fosse uma mulher no mínimo curiosa, simpatizante ou até num estado de espírito fragil, seria presa fácil e confesso, a cena iria fazer muitos homens ficarem inquietos e sentirem-se até um pouco menos homem, exatamente como eu me senti por alguns instantes. Confesso que saí de lá inconscientemente procurando reflexos meus nas janelas pra ver se tava tudo em ordem com os meus traços de masculinidade. A menina-menino naquela dia me deu uma pequena lição, talvez não de estilo, mas de audácia e destemor. Dizem por aí, e até concordo, que “Deus não dá asa a cobra” . No caso, se dessem um pênis para a nossa heroína, aposto que ela teria o mundo às suas mãos.

Abafadinha


Na multidão em movimento lento, espremido, como muitos outros ali.

- Com licença!!!

E lá vai uma filha da mãe sem a menor gentileza passando onde não há espaço, empurrando todos na maior falta de educação.

Pra quê pediu licença, se na verdade não foi isso que queria dizer?

Do jeito como agiu, o "com licença" soou como " sai da frente, porra!"

Essa de usar o " com licença" como desculpa para não dizer que agiu de forma mal-educada, não cola.Não vamos deturpar o significado de uma palavrinha tão gentil e pouco usada!!!

Da próxima, é melhor dar uma de maluco e sair gritando "olha a brasaaaa!!". Acho que o povo vai abrir caminho mais fácil e até se divertir (os que tiverem espírito pra isso).

Ou então, seja assumidamente mal-educada e aguarde as consequências.

Captou, sinha miséria???

quinta-feira, julho 01, 2010

O Uso do "Lá Ele"


O texto que bolei para dar início a este blog, com a sua temática sobre um caso gramatical específico do Baianês, deu-se devido à escassez de bibliografia relacionada ao assunto.Até então, eu não tinha encontrado absolutamente nada sobre o uso do "Lá Ele" e muito menos o uso do sufixo Ivis (ou ives, como tratado no texto abaixo). Visite o mesmo Aqui.

Eis que esta semana, fuçando a internet, encontrei esta preciosidade, um texto científico super completo e competente, que com total desenvoltura disseca o uso desta expressão tão presente no cotidiano baiano. Ele chegou em boa hora pra complementar até mesmo um dos motivos da existência deste Blog.

Crédito:

Sábio do Farol
* Correspondente do MCPA em Itapoan


O "lá ele" é uma das mais importantes expressões do idioma baianês, mais especificamente do dialeto soteropolitano baixo-vulgar. Segundo os léxicos, a expressão significa "outra pessoa, não eu" (LARIÚ, Nivaldo. Dicionário de baianês. 3ª ed. rev. e ampl. Salvador: EGBA, 2007, s/n).

A origem da expressão é ambígua. Alguns etimologistas atribuem seu surgimento às nativas do bairro da Mata Escura, enquanto outros identificam registros mais antigos no falar dos moradores do Pau Miúdo. O certo, porém é que o "lá ele" desempenha papel fundamental em um dos aspectos mais importantes da cultura da primeira capital do Brasil - a subcultura urbana do duplo sentido.

Desde a mais tenra infância, os naturais da Soterópolis são treinados para identificar frases passíveis de dupla interpretação. Da mesma forma, os soteropolitanos aprendem desde cedo a engendrar artimanhas para que seu interlocutor profira expressões de duplo sentido.

Assim, as pessoas vivem sob constante tensão vocabular, cuidando para não fazer afirmações que possam ser deturpadas pelo interlocutor. Para indivíduos do sexo masculino, por exemplo, é vedado conjugar na primeira pessoa inocentes verbos como "dar", "sentar", "receber", cair", "chupar" etc. O interlocutor sempre estará atento para, ao primeiro deslize, destruir a reputação de quem pronunciou a palavra proibida.

Como antídoto para a incômoda prática, o "lá ele" surgiu como uma ferramenta indispensável na comunicação do soterpolitano. Assim, o indivíduo que falar algo sujeito a interpretações maliciosas estará a salvo se, imediatamente, antes da reação de seu interlocutor, falar em alto e bom som "lá ele!"

Por exemplo, qualquer homem, por mais macho que seja, terá sua orientação posta em dúvida se falar "Neste Natal comi um ótimo peru". Contudo, se sua frase for "Neste Natal comi um ótimo peru, lá ele!", não haverá qualquer problema. No mesmo diapasão, confira-se:

(i) se um colega de trabalho enviar um e-mail perguntando "vai dar para almoçar hoje?", não se pode redarguir apenas "Sim"; deve-se reponder "Vai dar lá ele. Vamos almoçar";

(ii) se, na pendência do pagamento de polpudos honorários, um advogado perguntar ao outro "Já recebeu?", a resposta deverá ser "Recebeu lá ele. Já foi pago";
(iii) ou, ainda, se alguém tiver a desdita a desdita de nascer no citado bairro do Pau Miúdo, o que poderá transformar sua vida em um interminável festival de chacotas, deverá sempre valer-se da ressalva: "eu sou do Pau Miúdo, lá ele".

Para melhor compreensão da matéria, reproduz-se abaixo um exemplo real, ocorrido no último domingo durante a transmissão do épico triunfo (vitória é coisa de chibungo, lá ele) do glorioso Esporte Clube Bahia sobre o Atlético de Alagoinhas:

- Locutor: "Subiu o cartão amarelo?"

- Repórter: "Subiu o amarelo e o vermelho."

- Locutor: "Mas você está vendo subir tudo!"

- Repórter: "Lá ele!"

Note-se que o "lá ele" pode sofrer variações de gênero e número, de acordo com a palavra que se pretende neutralizar. Se, antes de uma sessão do TJBA, alguém perguntar "Você conhece os membros da turma julgadora?", deve-se objetar com veemência: "Lá eles!". Ou se o cidadão for à Sorveteria da Ribeira e lhe perguntarem "Quantas bolas o senhor deseja?", é de todo recomendável que se responda "Duas, lá elas, por favor".

A cultura duplo sentido oferece outros fenômenos da comunicação interpessoal. Veja-se, a título de ilustração, o sufixo "ives".

Em Salvador, não se pode falar palavras terminadas em "u", principalmente as oxítonas. Independentemente de sexo, idade ou classe social, o indivíduo poderá ser mandado para aquele lugar (lá ele). A pronúncia de uma palavra que dê (lá ela) rima com o nome popular do esfíncter (lá ele) será prontamente rebatida com a amável sugestão. Para fazer face ao problema, a vogal "u" passou a ser costumeiramente substituída pelo sufixo "ives".

Destarte, o capitão da Seleção de 2002 é tratado como "Cafives"; o Estádio de Pituaçu virou "Pituacives"; o bairro do Curuzu se tornou "Curuzives"; a capital de Sergipe sói ser chamada de "Aracajives"; e as pessoas que atendiam pela alcunha de Babu, com frequência utilizada na Bahia para apelidar carinhosamente pessoas de feições simiescas, há muito tempo passaram a ser chamadas de "Babives".

Um alentado estudo do "lá ele", que tem outras aplicações práticas além daquelas ora examinadas, pode ser encontrado na obra
http://ohsuamisera.blogspot.com/2008/10/oxente-rapaz-l-ele.html.

Para o "ives", recomenda-se o estudo de http://www.bbmp.com.br/?p=399,

que inclusive analisa a relação do sufixo com a expressão "lá ele".

Sábio do Farol*
* Correspondente do MCPA na Primeira e Mais Bela Capital do Brasil

Caro Amigo,

Como a tecnologia aqui onde estou ainda não envia E-mail pra outras dimensões, espero que esteja lendo isso de onde quer que esteja.

Eh, Michael! O tempo ta voando! 1 ano sem você aqui neste plano, meu camarada!

Juro que não vou ficar aqui lamentando a sua partida, mas preciso dizer que foi, ou melhor, tem sido barra. Foi como perder um parente ou coisa tão amada quanto.Alguém que eu acompanhava desde que me entendo por gente.Paradoxo é que esse alguém nunca teve cara a cara comigo, mas a missão atribuída a pessoas especiais como você podem explicar tudo isso e muito mais. Tem sido um processo demorado de readaptação.Nunca refleti tanto sobre a sua passagem aqui pela terra como neste último ano. O resultado são mais perguntas que respostas, mas estou aos poucos suprimindo o sentimento de inconformação e apenas aceitando a idéia. Mas o vazio ainda está lá...

Não sei se tem acompanhado daí, mas o mundo continua louco e doente, meu chapa. Daquele jeitinho que você o deixou. Mas ao meio de várias notícias desagradáveis, nesse dia que completou 1 ano, mesmo com a euforia da copa, meio mundo parou pra te homenagear. Bem ou mal, todos se esforçaram e pode ter certeza de que o seu recado foi mais que dado.Fica tranquilo que só dá você,agora!! Quando lembram de você, as pessoas param por um instante com aquele olhar encantado e esquecem dos problemas. Era uma das suas missões aqui, tão bem desempenhadas. Eu sonhava com o dia em que o mundo voltasse a reconhecer o seu trabalho e o grande ser que você é. Sonho realizado.

Já ouvi muita gente fazer gozação de mim, mas não canso de agradecer toda a sua devoção pela arte e o legado que nos deixou. Parte do que sou deve-se a isso. Aprendi a ouvir música escutando primeiramente os seus discos. Aprendi quando um cantor coloca a alma numa canção ouvindo você cantar e aprendi que uma simples canção e a sua mensagem têm o poder de mudar a vida de alguém. Aprendi que Deus existe vendo maravilhas da natureza (que você tanto nos alertou para a sua preservação) e vendo figuras iluminadas, extraordinariamente dotadas de talendo como você. Enfim, aprendi que humildade, amor e respeito são virtudes que nos levam a um mundo melhor. Tudo isso acompanhando a sua mensagem, a sua vida.

Sendo um discípulo tão fiel da sua arte e consequente e reconhecidamente uma boa pessoa, confesso até ter me esforçado pra sair da linha um pouco, fazer umas maldadezinhas, mandar tudo se explodir de vez em quando, enfim, ser um pouco miseravão. A verdade é que você era bom demais pra esse mundo. Pode ser coincidência, mas para mim, as pessoas boas demais para esse mundo vão embora muito cedo e morro de medo de sofrer desse “mal”.

Mas vamos sorrir!!! Vamos nos divertir, pois afinal essa é uma das coisas mais deliciosas que você nos ensinou, principalmente quando era O Michael Jackson da vida real, seu moleque! Não vou deixar nunca de ouvir as suas gargalhadas e ter a imagem do seu sorriso na minha mente! Você é o cara!!!

Espero que esteja se divertindo horrores por aí e se tiver alguma forma de contato imediato ou sinal, fico no aguardo!

Um grande abraço e saudades!!!

P.S - AAAAOOOWWW!!